terça-feira, 19 de julho de 2016

Colégio inesquecível - texto de Francisco Bomtempo de Oliveira

Colégio inesquecível

(texto de Francisco Bomtempo de Oliveira. Extraído das páginas 67 e 68 do livro "então, Francisco?")


COMO esquecer o Colégio Agrícola de Rio Pomba-CARP?
Não temos como esquecer o tempo de sete anos e meio, vivendo e aprendendo naquele ambiente heterogêneo. Como esquecer o dia em que chegamos ao CARP?
Os amigos conquistados que nos ensinaram o que sabiam e, também,levaram nossas experiências tão diferentes. Não esquecemos as passagens trágicas dos Professores Geraldo e Marcos Furtado e do colega Canarinho. Do amor incondicional de dona Marota pelos alunos, como se fosse um anjo da guarda de todos. Dos bons professores e dos engraçadosDo excêntrico diretor Carlos Bastos, do general professor Plínio, do alegre Mauro que chegou a ser diretor. 
Do doutor Henrique que corria lá para fazer umas consultas e receitar antibióticos para gonorréias e xarope e Eucalipitina para resfriados. professordoutor Zé Reis também entendia muito de doenças venéreas e era do que ele falava quando aparecia. O doutor Vandir com seus passos firmes e a sabedoria do professor Wilson, no ensino dportuguês. Como esquecer dprofessor Serjão com seu bigode amarelo de nicotina. Ele interrompia a aula, onde estivesse, por uma piada ou graça de um aluno e o sabão ia até o sinal. 
Ari, o grandalhão que preparava o solo para plantio. Como esquecer das aulas práticas de Indústrias Rurais, com Paulo Bomtempo, muito frequentadas, pois todos queriam raspar o tacho de doces de leite. O Carlitos, sábio matemático e o terror Cunhão que causava insônia em muitos, onde eu me incluo. 
Como esquecer das aulas do professor Tote?! Ninguém perdia para ouvi-lo falar das células, ribossomos e ácido ribonucleicos. Ele tinha uma didática incomparável!! Por causa da vaca que Chico Preto desenhou no quadro e eu disse que era uma televisão, ele me colocou fora da sala de aula. Mas, que parecia muito, parecia!
Como esquecer de Marisa e Alvalinda Mosqueira! Totinha com seu cigarro no canto da boca, Cardosinho na ponta dos pés para escrever no quadro.Os professores Brás, Renzo e Cloropicrina.
Música era com Domingosna sala e, Zé Cassetinha na prática. Educação física era nas madrugada geladas. Corríamos no asfalto, com o professor Luís Carlos, soltando vapor pela boca. Na volta, muitos pulavam o banho. A lavanderia a vapor da alegre dona Bezinha que lavava nossos uniformes, de cor caqui. 
Certa vez, ao chegar à enfermaria, Luísa, a enfermeira, surpreendeu-me com um pedido par que lhe aplicasse uma injeção na veia e eu apliquei, sob a sua orientação.
Como esquecer Paulo Chaves, do estábulo. Do mau humor do Schubert, da paciência do senhor João e do Sebastião Canseiradas lorotas de Hernaniê, da imponência de Veloso e da pressa de Tininho. 
Correr para não perder o café da manhã antes que a porta do refeitório fechasse. Comprar doces na cerca e pagar com dinheiro que não valia mais.Matar aula e ir pescar no Ribeirão Tijuco ou pegar laranja nos pomares da fazenda Experimental que, depois, foi incorporada à Escola.
Quem vai esquecer figuras como Paulo Verme e Zoca. O time de futebol, xodó do Professor Mauro Marques. As brigas na cidade com alunos do Ginásio, os desfiles de sete de setembro que sempre encantavam! Nós éramos os últimos a entrar na avenida, com bandas e tratores, a cidade toda nos aplaudia e quem já tinha desfilado corria para nos ver. Era bonito mesmo!

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