Morvan,
um figuraço.
Em 1971, o terror dos alunos eram as
provas de Química, matéria lecionada pelo excelente Professor Geraldo Cunha.
Muitos tomaram pau, repetiram de ano ou ficaram em segunda-época.
Acontece que o CUNHÃO para facilitar a sua vida, na correção das provas, começou aplicá-las utilizando
respostas em múltipla escolha. Foi a salvação dos alunos mais relapsos.
Numa das provas para a Turma do 3º
ano, de 1971, a primeira de formandos de Técnicos Agrícola do CARP, o pessoal criativo bolou uma
maneira de burlar o Mestre.
Os melhores alunos como o Cacá (Carlos Eugênio Martins), João Coelho, entre outros; terminavam a
prova mais cedo e codificavam o resultado das questões.
Eram, normalmente 10
perguntas/problemas. E as respostas podiam ser A, B, C e D. E ficou combinado
que se a resposta fosse A o código
seria 1. Resposta B, código 2. Resposta C, código 3. Resposta D, código 4.
Assim, durante a aplicação da prova,
o MORVAN entrou na sala e pediu
licença ao Cunha para transmitir um aviso da lavanderia que solicitava para os
alunos citados comparecessem lá para pegar as suas roupas.
E o Morvan começou a ler no papel os números. Todos os alunos atentos
para anotar os números.
E, pausadamente, disse: 11, 131, 41, 121. Esclarecendo que
os números significava que a questão 1
era letra A, a questão 2 era letra A, a questão 3 era letra
A, a questão 4 era letra C, a questão
5 era letra A, a questão 6 era letra
D, a questão 7 era letra A, a questão
8 era letra A, a questão 9 era letra
B e a questão 10 era letra A.
Pode ser que a numeração não tenha
sido exatamente esta que acabei de escrever, mas o que eu sei é que a maioria
das respostas eram letra A. Só sei
que naquela prova ninguém teve nota menor que 8. Só não teve nota 10 quem não
acreditou piamente nas respostas.
O Morvan ajudou muitos dos meus colegas e
amigos a passarem em Química, inclusive o meu amigo Ratinho (Carlos Antônio da
Costa).
Teve mais. Em outra prova de Química,
o resultado das questões, utilizou-se do Surdo,
instrumento de percussão, indicando o número da pergunta e o Tarol replicando/retrucando a resposta.
O Bumbo batia uma vez, primeira questão. O Tarol retrucava: tarará-tarará-tarará: Resposta C.
O Bumbo batia duas vezes, segunda questão. O Tarol retrucava: tarará-tarará: Resposta B. E assim por diante até fechar as 10 questões. Isto ocorreu no mês
de agosto, quando os alunos ensaiavam para
Parada de Sete de setembro.
E teve também o resultado da prova
como se fosse um rádio anunciando o resultado da loteria, do jogo de bicho. Exemplo:
Primeiro prêmio: 4231. As respostas para as questões 1, 2, 3 e 4 eram as letras: D, B, C e A.
Quem tinha criatividade para
inventar umas "colas"
dessas merecia passar de ano. E foi o que ocorreu. Todos os alunos da Turma de
1971 foram aprovados.
(Ildefonso Dé Vieira)