domingo, 16 de outubro de 2016

Morvan, um figuraço.




Morvan, um figuraço.
           
            Em 1971, o terror dos alunos eram as provas de Química, matéria lecionada pelo excelente Professor Geraldo Cunha. Muitos tomaram pau, repetiram de ano ou ficaram em segunda-época.

            Acontece que o CUNHÃO para facilitar a sua vida,  na correção das provas, começou aplicá-las utilizando respostas em múltipla escolha. Foi a salvação dos alunos mais relapsos.

            Numa das provas para a Turma do 3º ano, de 1971, a primeira de formandos de Técnicos Agrícola do CARP, o pessoal criativo bolou uma maneira de burlar o Mestre.

            Os melhores alunos como o Cacá (Carlos Eugênio Martins), João Coelho, entre outros; terminavam a prova mais cedo e codificavam o resultado das questões.

            Eram, normalmente 10 perguntas/problemas. E as respostas podiam ser A, B, C e D. E ficou combinado que se a resposta fosse A o código seria 1. Resposta B, código 2. Resposta C, código 3. Resposta D, código 4.

            Assim, durante a aplicação da prova, o MORVAN entrou na sala e pediu licença ao Cunha para transmitir um aviso da lavanderia que solicitava para os alunos citados comparecessem lá para pegar as suas roupas.

            E o Morvan começou a ler no papel os números. Todos os alunos atentos para anotar os números.

            E, pausadamente, disse: 11, 131, 41, 121. Esclarecendo que os números significava que a questão 1 era letra A, a questão 2 era letra A, a questão 3 era letra A, a questão 4 era letra C, a questão 5 era letra A, a questão 6 era letra D, a questão 7 era letra A, a questão 8 era letra A, a questão 9 era letra B e a questão 10 era letra A.

            Pode ser que a numeração não tenha sido exatamente esta que acabei de escrever, mas o que eu sei é que a maioria das respostas eram letra A. Só sei que naquela prova ninguém teve nota menor que 8. Só não teve nota 10 quem não acreditou piamente nas respostas.

            O Morvan ajudou muitos dos meus colegas e amigos a passarem em Química, inclusive o meu amigo Ratinho (Carlos Antônio da Costa).

            Teve mais. Em outra prova de Química, o resultado das questões, utilizou-se do Surdo, instrumento de percussão, indicando o número da pergunta e o Tarol replicando/retrucando a resposta.  

            O Bumbo batia uma vez, primeira questão. O Tarol retrucava: tarará-tarará-tarará: Resposta C.

            O Bumbo batia duas vezes, segunda questão. O Tarol retrucava: tarará-tarará: Resposta B. E assim por diante até fechar as 10 questões. Isto ocorreu no mês de agosto, quando os alunos ensaiavam para Parada de Sete de setembro.

            E teve também o resultado da prova como se fosse um rádio anunciando o resultado da loteria, do jogo de bicho. Exemplo: Primeiro prêmio: 4231. As respostas para as questões 1, 2, 3 e 4 eram as letras: D, B, C e A.

            Quem tinha criatividade para inventar umas "colas" dessas merecia passar de ano. E foi o que ocorreu. Todos os alunos da Turma de 1971 foram aprovados.
(Ildefonso Dé Vieira)

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