Encontro Carpiano em Várzea da Palma
No dia 12/07/2019, uma sexta-feira, Lourdes e eu fomos a Várzea da Palma participar da confraternização promovida pelo casal Marilu e Bomtempo (Batatão). Assim como eu, outros ex-alunos andaram quilômetros e mais quilômetros só para encontrar por alguns momentos com amigos desaparecidos na estrada do tempo, na poeira da vida, por mais de 50 anos. Encontrar, contar, recontar, as mesmas e repetidas histórias, pronunciadas por bocas amigas. Ouvindo as velhas cantilenas, como se fosse novidades, notícias de primeira mão. E como eles já adentraram estas tortuosas linhas, o melhor que eu posso fazer é dar-lhes voz, dar-lhes abrigo.
E vieram CARPIANOS de diversos pontos do país. O Dilermando Duarte Álvarez Vieira saiu de Bom Jesus, no Piauí; Luiz Fernando Homem de Carvalho, o Carretão, veio de Rondonópolis, Mato Grosso e Rosemberg Martins do Rio de Janeiro; Calado, que não perde uma farra por nada, veio de Vila Velha no Espírito Santo; Careca (Eduardo Ivan Riccaldone) deslocou-se de Jacinto-MG; sairam de Rio Pomba José Soares Furtado (Dezinho) e Luiz Gonzaga Alves (Pelinha) e de Santana do Campestre o craque futebolístico o Waldir Bonato (Caburito). Os filhos do Sô Agnelo Martins, Cacá e Cayle, deslocaram-se, respectivamente, de Juiz de Fora e Diamantina; Clóvis saiu de Carandaí e João Baiano de Janaúba. Vieram de Belo Horizonte Ronaldo (Holandesa), Valdir Moreira Campos, Fábio (Girafa), Manoel Navarro, Luiz Américo Ferreira e Ildefonso Dé Vieira; Fernando (Guarani) saiu de Contagem. Felício Siqueira saiu de Sete Lagoas e José Xavier Gonçalves (Zezinho Boquinha) de Brasília de Minas; José Márcio Vargas Liguori (Fazendeiro), Osmar Valentim Gouveia Filho (Cebolinha) e o Luiz Alberto Palma (Pisca), vieram de Pirapora. Somei na ponta do lápis, foram 10.966 km rodados, quase daria para andar o perímetro equatorial da terra que é de 12.756 km.
O aquecimento do
Encontro ocorreu ainda na noite de sexta-feira. A turma se reuniu no Bar
e Restaurante Porto do Peixe pertencente ao filho do Fazendeiro,
com ótimo atendimento, cerveja gelada, tira-gostos variados e preço justo.
O Fábio Girafa levou o seu baú instrumental, eu ia falar “parafernália musical”, mas vai que ele possa achar ruim. E cantaram o Calado, Pelinha, Fábio, eu e o Cayle que a cada dia melhora a sua performance. O rapaz anda praticando voz e violão, repertório afiado.
No dia seguinte,
13/07/2019, sábado, fomos recepcionados pelo casal Marilu e Bomtempo que
abriram o imenso coração, almas fraternas, e as portas da sua residência
abrigando a nós todos. Anfitriões perfeitos. Churrasco impecável, cervejas
variadas e geladas, queijos caseiros, mesa de frios, patês, pães e torradas,
pingas diversas inclusive a famosa “Havana”, ajantarado mineiro, sobremesa,
doces, bolos, caldos, sopas e o tradicional cafezinho. Tudo com fartura.
Casório no Arraiá de Marilu e Bomtempo
As esposas, sempre
criativas, sempre elas, inventaram um casamento do Jeca com direito a Quadrilha
e quiproquó. O Cacá encarnou um pitoresco padre alemão, o Felício um cordato
sacristão que o Cacá denominou de junctório (adjutório). Minha esposa Lourdes,
a noiva, eu a contragosto, o noivo. O Dilermando vestiu-se de mulher e
desempenhou com perfeição, a quenga, a amante. Quis impedir o
casamento, mas o Cayle armou-se da autoridade de xerife e interveio como se
fosse um coroné, chefe político do interior e obrigou a realizar a cerimônia. O
Bomtempo portou-se como um pacato Juiz de Paz.
A Adélia, esposa do
Caburito, que sabe tudo a respeito desta tradição junina, dirigiu a encenação e
orientou a jovem Ana Cláudia, filha do Fernando (Guarani), na marcação da
Quadrilha, com direito a balancê, tour, caminho da roça e anarriê.
Todos se mostraram uns verdadeiros pé-de-valsa no arrasta-pé acontecido no Arraiá de Marilu e Bomtempo. Aproveito para agradecer ao casal por nos ter proporcionado momentos tão especiais em nossas vidas. Falo por mim e a Lourdes, mas creio que falo em nome de todos que tiveram a felicidade de estarem presentes neste Encontro.
Amigo Francisco BOMTEMPO de Oliveira você ficará em
nossos corações, nas nossas preces e saudades.