domingo, 20 de novembro de 2016

Dona Alvalinda e Dona Cecília



Dona Alvalinda e Dona Cecília

            A Escola, em seus primórdios, tinha um "Curso de Extensão de Economia doméstica". Era destinado às jovens da região. Formar moças casadoiras, donas de casa. A Dona Cecília de Assis Vieira Costa  e Dona Alvalinda Nogueira Mosqueira eram professoras, orientadoras pedagógicas da Escola.
            A Dona Cecília era parente do Rominho (Rômulo Vieira da Costa). Muito bonita, meiga, uma voz baixa que parecia de FADA. De certa forma ela era uma       BOA FADA para o Tampinha (José Fernandes da Silveira). Era a sua madrinha, o seu porto seguro para resolver as dificuldades que surgissem a um menino da pequena Inhapim, longe da família. Isto é, se não me trai a memória, nestas tardias lembranças.
            Escarafunchando o Google achei uma matéria no "O Imparcial", jornal com mais de 120 anos de idade, falando do belo Solar dos Nogueira Mosqueira, que a Alvalinda era Tabeliã-Substituta, possuía uma voz melodiosa e interpretava, divinamente, “Quem Sabe” do Maestro Carlos Gomes.
            Isto eu não sabia, muitas coisas eu não sabia e ainda não sei. Mas sabia que toda quinta-feira, após o café da manhã, os alunos perfilavam em frente ao Pavilhão Central, hasteava-se a Bandeira do Brasil e cantávamos o Hino Nacional regido pela Dona Alvalinda.
            E, invariavelmente, o hino era interrompido porque D. Alvalinda alegava alguma imprecisão dos patrióticos e desafinados cantores que erravam a quilométrica letra de Joaquim Osório Duque Estrada, musicada por Francisco Manuel da Silva.
            O trecho mais comum a erro era "braços fortes". Dona Alvalinda parava a cantoria e bradava: É "BRAÇO FORTE". "BRAÇO FORTE" já disse.
            Pode ser até que algum gaiato, e sempre tem algum gaiato nessas ocasiões, tenha pronunciado a frase errado de propósito. No mais das vezes, acredito que era uma forma da Dona Alvalinda repetir o hino diversas vezes para fixá-lo em nossas mentes. Acho que ela conseguiu.

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